Por que não basta a igreja usar as mídias?
Eu tive a honra, proporcionada por Deus, de palestrar no 1º Workshop de Mídias Sociais na Igreja, realizado em João Pessoa/PB. A organizadora foi a igreja do Nazareno, localizada no bairro do Bancários (bem conhecido pelos pessoenses). Foi um evento muito bacana, com muito aprendizado em várias áreas do conhecimento: comunicação, arte, cultura, Teologia, mídias sociais, fotografia, produção de conteúdo e outros assuntos. E quando vi a excelente organização do evento, fiquei a me perguntar: por que organizar um Workshop de mídias sociais na igreja?
A cultura a qual produzimos e na qual vivemos é uma cultura de centralidade midiática. Não há prática social humana atualmente que não tenha a interferência daquilo que denominamos de mídia. E mídia é um conceito que precisaríamos de mais aprofundamento teórico para entender, por isso que em breve estarei lançando o meu primeiro e-book (O que a Bíblia tem a ver com as redes sociais: um guia da cultura digital) e nele você vai conferir um capítulo inteiro sobre o conceito de mídia. Mas voltando ao assunto, as mídias ocupam a centralidade de nossa cultura, conforme vemos na figura abaixo.
E por ocupar essa centralidade, é de fundamental importância entendermos as implicações que esse campo midiático provoca na sociedade e consequentemente na vida da igreja. Percebo muitos líderes evangélicos e muitos membros de igreja achando que, por todo mundo estar usando o Instagram, por exemplo, a igreja também deve usar. E não é assim que a comunicação digital opera. Eu não devo estar no Facebook porque todo mundo usa o Facebook. A melhor estratégia é entender o porquê tenho de estar no Facebook ou não estar.
Conhecer a cultura digital e suas reverberações na sociedade implica em criar estratégias adequadas para alcançar as pessoas de modo eficiente na rede. A internet é um ambiente de produção de tudo e de todos. Todo mundo publica nas plataformas digitais sustentadas pela internet. E se você for mais um ou uma que publica simplesmente por publicar e produz conteúdo simplesmente por produzir, a sua mensagem não terá resultado algum, nem para as pessoas e nem para você mesmo. Não estou me referindo aqui ao possível número de curtidas ou comentários que sua publicação terá, mas quando falo de resultado que a mensagem pode ter estou me referindo a alcançar o objetivo pelo qual a sua mensagem foi produzida.
É fato que a realidade cultural da igreja não é a mesma de 20 anos atrás. A igreja precisa inovar em suas práticas comunicacionais, sem mudar a essência do Evangelho de Cristo (e não vos conformeis com este mundo!). É preciso entender essa cultura a qual mudou nossos hábitos de produção, distribuição e consumo. E é por isso que louvo a Deus pela iniciativa de algumas igrejas (é necessário que todas tenham a mesma iniciativa) em fazer workshops, seminários, oficinas e outros tipos de programação com o objetivo de compreender essa transformação digital, porque não basta apenas usar as mídias. É preciso compreendê-las!
Como diz sempre o filósofo Mário Sérgio Cortella: “É tempo para o conhecimento”.