Compartilhar notícia falsa também é pecado
Aquelas pessoas que foram educadas com uma educação cristã, com certeza, já ouviram seus respectivos professores e pais falarem: “Meu filho ou minha filha, não minta para ninguém! A palavra do crente deve ser SIM, SIM e NÃO, NÃO”.
Em tempos de mídias digitais, a mentira se apropriou de outros termos: fake news e pós-verdade. Antes da internet, a mentira era falada. Em tempos de internet, a mentira é compartilhada. A ela é atribuída outra lógica de funcionamento.
É óbvio que não foi a internet quem criou as fake news. Elas sempre existiram, porém não com tanta visibilidade e alcance, pois esta característica de alcance agora é universal. Aquele boato que rondava apenas sua rua, por exemplo, agora ronda sua rede inteira. E saiba que rede gera rede através das conexões.
Tenho lido muitos artigos que remetem esse compartilhamento de mentiras na internet aos evangélicos, mas a verdade é que a “teoria do boato” sempre foi sustentação de narrativas da humanidade. Isso a internet não criou, isso é prática humana, porém potencializada em tempos de internet.
Quem nunca foi enganado(a) por um boato? E quem nunca compartilhou um boato que atire a primeira pedra! Em circunstância cotidiana, a mentira pode aparecer da prática do “disse me disse” ao compartilhamento de notícias falsas no grupo da família no WhatsApp, por exemplo. Mas é bom ter muito cuidado!
A professora Magali do Nascimento Cunha, em artigo publicado na coluna Diálogos da Fé, que você confere no link https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe, acredita que “uma das maiores questões que envolvem este fenômeno dos nossos tempos é: por que os indivíduos acreditam e ainda divulgam e consolidam as mentiras da internet? Uma das respostas está na psicologia social. Ainda que constatem a mentira, não abrem mão, pois ela é coerente com seu jeito de pensar, de agir, de estar no mundo, ou lhe traz alguma compensação, conforto”.
Diante desse contexto, o artigo citado no parágrafo anterior chama atenção para a evangelização que muitos religiosos fazem das notícias que eles acreditam, sejam elas verdadeiras ou falsas. Mas é importante lembrar que não são os religiosos os únicos propensos a espalhar notícia falsa na internet, mesmo assim, essa não deve ser jamais a missão do cristão. Nosso compromisso deve ser com a verdade. Sempre.
Em outro texto sobre ética, pós-verdade e fake news, a Ultimato Online, a qual você também confere no link http://www.ultimato.com.br/conteudo/jornalistas-cristaos-etica-pos-verdade-e-fake-news, trouxe uma entrevista com vários jornalistas cristãos, um deles foi o escritor Laurentino Gomes que nos chamou atenção para o fato de que “as fake news tem consequência política e pode mudar os rumos da história de um país, conforme aconteceu nas eleições dos Estados Unidos”.
Existem alguns sites que estão imersos na chegagem desses conteúdos enganosos da rede. A visita a esses sites, do tipo Agência Lupa, Agência Pública, Aos fatos, nunca é demais. Então diante de uma perspectiva cristã, é bom lembrar que compartilhar notícia falsa é mentir. E mentir é pecado. Agora se já compartilhou alguma vez, me aproprio aqui das palavras de Jesus, registradas no Evangelho de João, capítulo 8 e versículo 11b: “Vai em paz e não compartilhes (peques) mais!”.