A insistência do papel e a resistência dos membros da igreja
Lendo o texto do amigo Ricardo Oliveira sobre a “morte ao post-panfleto”, o qual você confere neste link, fiquei entusiasmado para escrever sobre a insistência que muitas igrejas têm em imprimir cartazes, panfletos, mais e mais papel e adotar a estratégia que Ricardo fala sobre o “post-panfleto”.
Eu não diria que as igrejas devem deixar de imprimir papel, mas sugiro de todo o coração que, antes de resolver imprimir, faça sempre a seguinte pergunta: esses milhares de cartazes e panfletos que vamos imprimir vão atender aos objetivos da comunicação proposta?
A igreja, enquanto instituição e liderança, precisa conhecer bem o seu público e onde ele está consumindo informações, ou melhor, onde ele está se relacionando. Vou citar um exemplo: conheço uma denominação evangélica que, bimestralmente, a liderança da igreja autoriza a impressão de seis mil exemplares de uma revista. Mas por que essa igreja continua imprimindo revistas? O leitor e a leitora dessa revista representam um público mais adulto em uma faixa etária de 35 a 65 anos, que normalmente ocupa alguma função da igreja e que prefere ter a revista em mãos. Nisso, é perceptível que a revista não se comunica preferencialmente com a juventude da igreja, então não adianta adotar a estratégia da entrega de papel para eles como também não adianta a igreja deixar de imprimir papel e migrar para o digital sem fazer o planejamento estratégico. O segredo é justamente esse. Conhecer seu público e suas experiências de consumo! Depois disso, resolva imprimir ou entregue na tela, porém nunca imprima antes de pensar!
No sentindo geral das igrejas cristãs é fundamental o planejamento do conteúdo e a forma com que esse conteúdo será entregue. Não dá mais para entregar de toda e qualquer forma. Eu sempre falo em minhas palestras que, entregar folheto evangelístico no semáforo da cidade não necessariamente é comunicar Jesus a uma pessoa. É preciso criar relacionamento.
Da mesma forma é a igreja que usa as mídias sociais apenas para anunciar seus respectivos cultos e não estabelece um relacionamento. Mas isso é assunto para os próximos “capítulos”.
Saiba que a insistência em usar o papel em todas as campanhas e entregar a um público que já resiste a esse tipo de mídia é jogar dinheiro fora, porque de acordo com Ricardo, “a maioria vai para o lixo, porque não serve de nada”.
